A MORTE ANÔNIMA
Munida com sua foice cada vez mais afiada,
a Morte não perde tempo, nem à beira da calçada.
Não poupa essa pobre gente que acorda na madrugada
sob olhares "impiedosos" de servidores da Guarda,
que, sem o devido respeito, lhes acordam com jatos de água.
São Moradores de rua, sem nome, sem amor, sem nada.
Morreu mais um Excluído, pelo frio congelado,
trata-se de um pobre homem, de 35 anos de idade,
que, ironicamente morreu naquelas proximidades,
do grande Hospital das Clínicas, referência na Cidade.
Somente a Morte viu o que a Sociedade não viu,
Um homem sem Nome, prestes a morrer de frio!
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Cerca de uma hora antes de ser encontrado, o termômetro oficial do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) marcou 10,2°C em São Paulo. Essa foi a segunda menor temperatura registrada durante a tarde na capital paulista nos últimos 13 anos.
Um dia após a morte, o cobertor e os papelões que envolviam o corpo ainda podiam ser vistos na calçada.
Sem proteção
Hélio Henrique dos Santos, que trabalha em uma floricultura em frente à Faculdade de Medicina da USP, onde o corpo foi encontrado, conta ter sido o primeiro a perceber que o morador de rua estava morto.
"Cheguei às 10h e ele estava parado. Achei estranho porque morador de rua normalmente acorda mais cedo e vai embora", diz. "Quando deu umas 17h, ele ainda estava lá, na mesma posição. Fui olhar e o encontrei morto, com sangue seco no nariz."
MSN
19/07/2017