Sombra de mim
Sombra em mim
Num toque do destino
Do nada um gosto amargo
Tomou minha boca impregnando
Toda minha alma
Destruindo os sonhos daquele menino, veio com muita força
Com tanta violência que arrancará o sorriso da minha boca
Onde um dia habitará alegria
Hoje divide espaço à tristeza e à melancolia
Jas nem lágrimas há no seu rosto
Às vejo mais creio que à fonte secará de tanta desilusão
E maldade sofrida por seu coração
Açoitado pela mazelas dessa vida
Diante da platéia que apludem
Felizes e até excitam-se diante desse
Show de mutilação onde o carrasco
Da vida orgulha-se pelo prazer
De a cada açoite, pedaços de carnes
Serem arrancados desse pobre ser
Escorre sangue suor mais nenhuma
Lágrima mais caem daquele que
Apanha olha de lado pensa
Qual foi o meu pecado pra
Merecer tanta maldade
Meu desejo agora era só perecer
À tristeza toma minha alma
Essa sombra dentro de mim
Nem forças tenho mais
Por que à morte sobre
A minha carcaça não recai
Será mesmo a falta de sorte
Que no sorteio da morte
Esse moribundo nem mesmo
Lá algo de bom em mim
Nem sirva pra seduzir
À maldita morte pra findar
Toda essa minha odisséia de terror
Que nessa vida nem lembro de fato
Como realmente começou
Vem a mim maldita
Olha contempla às chagas abertas
Desde o corpo até à alma ferida
Venha morte acaba o sofrer
Deste ser maldito aqui nesse
Mundo talhado a perecer
Quem sabe com um abraço
Da maldita essa dor finda
E toda dor do mundo
Do meu mundo à sombra de mim
Em paz esse moribundo possa
Apenas morrer...
Ricardo do Lago Matos