Te Amei Unicamente
Querida, te escrevo hoje para contar-te a ferida interminável que foi por invernais anos te amar.
Meu amor foi teu... Tão e só teu! Só... São duas letras que resumem tais anos. E de todos os meus caudalosos prantos, e todos os meus penosos danos, nenhum chegou a ti para ao menos escutar.
Esses versos são quase uma prosa, mas não espero resposta. O amor aumenta na falta do amar.
Nada foi capaz de em mim, a ti, apagar. E nessa madrugada insone, prosto-me a esperançosamente tentar sobre você pela última vez falar.
Te amei como o coração ama ao sangue, o ar aos pulmões, a fumaça aos cigarros, o rio negro ao rio solimões.
Te amei muito, mais forte que todas as paixões juntas.
Te amei como sei que o vento ama os teus cabelos, a areia os teus dedos, o THC tua mente.
Te amei unicamente, e tenha certeza que nunca mais alguém assim irá te amar.
Te amei nunca esperando resposta, te ver de costas já me fazia suspirar.
Te amei a cada mensagem, declarando-me a cada letra, a cada postagem.
Mas relendo talvez você nunca perceba. Caberia a mim fazer-te enxergar.
Te amei no âmago do sofrimento meu. Nenhum poema enxugou o que em mim era amor teu.
E estou tão cansado agora, que de tantas palavras já usadas, nenhuma quero de novo a ti declarar.
Te amei como as ondas amam o mar, e a praia a garoa.
Te amei pelo simples fato de te amar.