DÚVIDAS
Não sei se devo continuar a escrever poema,
penso que o que escrevo poderá não agradar...
A poesia varia de conformidade com o tema,
essa subjetividade fá-la variar como o paladar.
Sei que poesia nasce de sonhos e de realidades
o poeta preocupa-se muito com o transcendental,
às vezes faz analogia das nuvens com os barcos
ao afirmarem que ambos levam as suas saudades.
Recebo crítica por explorar “flores e saudade”,
vou buscar nas catacumbas a minha inspiração
lá, eu encontro enterrados o passado e a ilusão,
todas as mentiras, mas, também, toda verdade.
Seria acovardar-me, ao desprezar as flores,
nelas está a fonte suave da minha inspiração,
ressentir-se-ia por demais o meu coração,
ocultar-lhe, assim, minha vida de amores.
acho que devo ir em busca dos meus amores,
o presente está cheio de dúvidas e nostalgia
vejo o mundo esmaecido, perder suas cores,
vivo triste, ninguém ler mais minha poesia.
Fazer poesia, dizem que é dom, mas não é missão...
Fica aqui a minha reflexão.
Brasília, 14 de setembro de 2006
Tarcísio Ribeiro Costa