DÚVIDAS

Não sei se devo continuar a escrever poema,

penso que o que escrevo poderá não agradar...

A poesia varia de conformidade com o tema,

essa subjetividade fá-la variar como o paladar.

Sei que poesia nasce de sonhos e de realidades

o poeta preocupa-se muito com o transcendental,

às vezes faz analogia das nuvens com os barcos

ao afirmarem que ambos levam as suas saudades.

Recebo crítica por explorar “flores e saudade”,

vou buscar nas catacumbas a minha inspiração

lá, eu encontro enterrados o passado e a ilusão,

todas as mentiras, mas, também, toda verdade.

Seria acovardar-me, ao desprezar as flores,

nelas está a fonte suave da minha inspiração,

ressentir-se-ia por demais o meu coração,

ocultar-lhe, assim, minha vida de amores.

acho que devo ir em busca dos meus amores,

o presente está cheio de dúvidas e nostalgia

vejo o mundo esmaecido, perder suas cores,

vivo triste, ninguém ler mais minha poesia.

Fazer poesia, dizem que é dom, mas não é missão...

Fica aqui a minha reflexão.

Brasília, 14 de setembro de 2006

Tarcísio Ribeiro Costa

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 23/07/2007
Código do texto: T575662