Vino...
Eu jurei á mim que seria o último gole...
Jurei que aquela era última vez que seguraria a taça com tamanho pesar.
Eu assistia, segundo á segundo a tristeza se afogar no líquido rubro feito sangue,
Doce feito o mel,
E delicado feito a seda.
Teu rosto desbotou em minha embriaguez
e ganhou contornos Cubistas diante de meus olhos.
Sua voz tornou - se um som indistinto em meio ao zumbido que batia alto em meus tímpanos.
A taça está uma vez mais vazia,
mas a garrafa ainda transborda em agonia.
Um gole á mais - eu diria. - aí definitivamente eu pararia.
Mas meu doce vinho aplacava tua ausência e apagaria tua memória.
Uma dose de amargura, para uma dose de doçura.
Você partiria na manhã chuvosa, para nunca mais voltar.
Eu jurei para mim que seria o último gole...
Eu jurei que seria...