Vino...

Eu jurei á mim que seria o último gole...

Jurei que aquela era última vez que seguraria a taça com tamanho pesar.

Eu assistia, segundo á segundo a tristeza se afogar no líquido rubro feito sangue,

Doce feito o mel,

E delicado feito a seda.

Teu rosto desbotou em minha embriaguez

e ganhou contornos Cubistas diante de meus olhos.

Sua voz tornou - se um som indistinto em meio ao zumbido que batia alto em meus tímpanos.

A taça está uma vez mais vazia,

mas a garrafa ainda transborda em agonia.

Um gole á mais - eu diria. - aí definitivamente eu pararia.

Mas meu doce vinho aplacava tua ausência e apagaria tua memória.

Uma dose de amargura, para uma dose de doçura.

Você partiria na manhã chuvosa, para nunca mais voltar.

Eu jurei para mim que seria o último gole...

Eu jurei que seria...

L Orleander
Enviado por L Orleander em 22/07/2016
Código do texto: T5706006
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