No fundo do mar...

O dia estava iluminado,

o céu totalmente azul...

e tudo fazia-me lembrar...

estava lindo como no dia...

As pessoas desfilavam nas alamedas,

um domingo de passeios,

e havia alegria, crianças sorrindo,

casais se abraçando, beijando,

tanta gente namorando...

A praia estava lotada...

guarda sóis, lindas meninas

deitadas debruçadas sobre tapetes,

pegando uma cor se bronzeando...

os moços cortejando... uma cerveja,

bate papo. E outros e outras brincavam,

jogando bola, ping pong...etc... Pessoas caminhavam,

e meninos meninas brincavam...

Sim as ondas murmuravam, lamentavam, espumavam,

indo e vindo até a areia, como num balanço,

triste e cadenciado, um cortejo fúnebre...

uma cadencia que deixava-me amargurado...

É tão parecido... O horizonte azul se perdia,

o mar engolia... sua extensão não tinha fim...

mais o meu olhar te procurava,

eu estava vendo miragens...

abatido pelo sofrimento...

no meu peito um coração dizia... não desista...

não deixe que a ilusão do profundo azul

lhe turva a visão, busque no profundo oceano...

onde todas as coisas se vão...

E eu pensei... até minhas esperanças...

e talvez essa viagem não tenha mais volta...

e tudo fica perdido na imensidão...

e lá no fundo do mar exista uma linda cidade,

onde você resolveu ficar para descansar...

e numa bela sereia se transformara...

talvez por isso que lhe ouço cantar,

no cair da noite, quando no céu,

milhões de estrelas vem me consolar...

Cláudio Domingos Borges