CONJECTURA
Eu não trago palavras... Eu jorro sentimentos.
Tropeço nas esquinas dos meus 'eus',
alimento-me da chuva torrencial que apregoa m'ias dores.
Voo dentro da minha retina onde se projeta a sombra do que fui.
Sim, fui laço que enfeitava o presente,
fui sonho que coloria o futuro...
Agora sou mundo fechado,
coração que não fabrica devaneios,
Sou nó... Sou pó...Sou erro crasso.
Eu trago palavras como quem deglute lágrimas...
Vagueio em todos os meus instantes,
pouso na intranquilidade que perambula em labirintos.
Minha alma é janela fechada onde o sol não alcança,
onde a lança trespassa dilacerando meu mundo...
Sou cinza... Sou só... Sou lamento mudo.
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JP09012016