Menina
Dorme menina, que no amanhã
Ainda tem vida pra ser ver
Cingindo aspirações de repente
ou até planos seculares, pertinentes
Espera menina, trem passa ligeiro
Mas você é passageira do lugar dos outros
Corre e escova os dentes, os relógios atrasaram
Mas a hora é hora pra toda gente
Corre menina, que quando é tempo
Abafando um cheiro de pranto
Um grito de rumor em chamas
Na garganta que soluça o áspero
Mentes menina tosse um liquido grosseiro
Não temas uma apneia, pneumonia
Teu pulmão já fraco é cansado menina
A morte é o plano de fundo
Morre menina, um canto quente te aguarda
E de repente um murmurinho faz toda gente sair
Para ninar tua dor, velar teu repouso
Elide o cansaço, se arrume, muita gente vem ai
ver teu fracasso
Pobre menina, não sabe a dor do parto
Protesta a mesma cólera nata
Traga teu ultimo maço de cigarros
Gira esse vestido surrado
- Vai com cuidado menina!