Palhaço Triste
Minhas dores escondem-se nas cores,
Cores estas que o mundo pintou;
Minha lágrima esconde-se no riso,
Riso este que a vida negou.
Trabalho pra divertir a todos,
A vida em cirandas de tristeza;
Preencho a minha falta de alegria,
Me agacho e acho a melancolia.
Sou ladrão da alegria alheia,
Por não ter, pra desfrutar,
Apelo com diversões e graças,
Desejando sorrisos roubar.
Minha farsa esconde minha vida boba,
Ninguém crê que eu sou palhaço.
Onde eu pinto o rosto pra viver,
E de alegre eu me disfarço.
Choro desfazendo meu disfarce,
As lágrimas borram minha alegria,
Esculpida pela maquiagem.
Que pintei durante o dia.
Quando a noite se aproxima,
Misturo meu choro com as cores,
Enxugo assim minhas dores,
Aceito minha partida.