Palhaço Triste

Minhas dores escondem-se nas cores,

Cores estas que o mundo pintou;

Minha lágrima esconde-se no riso,

Riso este que a vida negou.

Trabalho pra divertir a todos,

A vida em cirandas de tristeza;

Preencho a minha falta de alegria,

Me agacho e acho a melancolia.

Sou ladrão da alegria alheia,

Por não ter, pra desfrutar,

Apelo com diversões e graças,

Desejando sorrisos roubar.

Minha farsa esconde minha vida boba,

Ninguém crê que eu sou palhaço.

Onde eu pinto o rosto pra viver,

E de alegre eu me disfarço.

Choro desfazendo meu disfarce,

As lágrimas borram minha alegria,

Esculpida pela maquiagem.

Que pintei durante o dia.

Quando a noite se aproxima,

Misturo meu choro com as cores,

Enxugo assim minhas dores,

Aceito minha partida.

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 23/06/2007
Reeditado em 19/12/2014
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