Chove lá fora, e quem passeia está se molhando
Melhor assim, ninguém vê que estou chorando
A ventania inclina o guarda chuva impotente
Queria que arrancasse o pesar da minha mente

 
O mar revolto tem a ambição de inundar a calçada
O meu clamor se emaranha com o da trovoada
A chuva está desabando e parece não ter fim.
Lacrimejo, mas finjo que foi ela que caiu em mim...

 
Sinto que o céu me viu, e se pôs a chorar...
Danço debaixo dele como quem vai se lavar
Choramos, eu e a natureza, e vamos nos fundir...
Quem sabe lá de cima um anjo possa me acudir!

 
Chuva abençoada lave a minha aflição!
Assola o que é ruim e inunda o meu coração
Passeie sobre esta terra que te espera
Acaricie as flores da minha primavera!

 
A nuvem escura no alto ainda persiste
Nem se importa que eu esteja tão triste
A natureza chora e estronda sem medo
Eu choramingo baixinho, e é um segredo...

 
Um arco-íris virá depois do temporal
Logo será visível o meu estado emocional
Sem a chuva não poderei disfarçar a agonia
Direi então que a culpa foi desta poesia...

 
Que criei estes versos fitando uma bela pintura...
Nela a tempestade caia e a tarde estava escura
Que nesta hora fiquei triste e a lágrima escorreu...
E na verdade, o pranto é do poema, não é meu!

 
Janete Sales Dany
Poema@protegido por lei
25/07/2015 as 14:46
Com este poema participo
da Antologia, Imagem e Literatura
Na Peapaz
Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 25/07/2015
Reeditado em 25/07/2015
Código do texto: T5323241
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