CICLO NORDESTINO

Paira sobre a cinzenta caatinga

O anjo negro da morte

Alguns chamam-lhe sina

Outros chamam-lhe sorte

E no inferno nordestino

Dizem que o sertanejo é um forte

Mas é antes de tudo um menino

Que sangra e lambe o próprio corte

O sol é do anjo a asa assassina

A ceifar vidas e esperanças no agreste

Em uma triste e cruel carnificina

Do passado igual horror somente a peste

Mas basta algumas gotas de chuva

E a mata enverdece-se por inteiro

E o sertanejo põem-se logo a labuta

Nas trovoadas de novembro a janeiro

E assim mais um ciclo termina

No esquecido sertão brasileiro

Onde a vida junto a morte germina

Na dura saga desse povo altaneiro

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 18/06/2007
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