Vá embora...
Pata negra a sujar boas memórias
Amarra a liberdade de comandar o próprio eu
Viver sem comer direito, dormir. Viver?
Paga-se a penitência da inutilidade
Freia-se o mau humor, a culpa, a raiva
Esconde-se de vergonha das feridas
Colecionadas em lutas diárias, constantes
Que só dão trégua na exaustão
Do sono - troféu do alívio -
Mas tudo parece vão outra vez
Porque no ralo do tempo anos se vão
No ritmo infindável da regente depressão.