Reservo-me o direito

Reservo-me o direito

De ficar em silêncio

Aquietar-me num canto

Num lugar secreto

Onde só haja a minha dor

Aquietar-me só por um tempo,

Só até a dor passar

Só até morrer de amor

E dessa morte ressucitar

Sempre dizem que a morte de amor

É coisa que não existe

De fato, ninguém desenlaça por amor

Mas a morte de amor é mais triste

Morrer de amor é diferente

É a morte em vida, lentamente

É a morte em vida...

Algumas pessoas elogiam meus escritos

Falam que eu escrevo bem

Não duvido que eu escreva bem quando estou feliz

Mas minha maior inspiração vem da melancolia

Da vida que perde a alegria

Da solidão e da tristeza que me fazem companhia

No silêncio das madrugadas frias.

Reservo-me o direito

De ficar fechada num canto

De viver essa dor até o fim

Afinal morrer de dor é parte do processo de recuperação

Quero que doa até virar pó

E do pó ressurgirei

Como a grande Fenix

Das cinzas renascerei

Quando eu tiver morrido de dor

Quando tiver morrido de amor

Quando me cançar do meu canto triste

Quando chorar o choro triste

Só por um tempo...

Tudo isso vai passar

Reservo-me o direito

De me sentir cançada e doente

E de amor morrer lentamente

Com tanta coisa pra fazer

Essa é a pior hora para adoecer

Mas meu coração adoeceu

No amor ele se perdeu

O nobre cavaleiro

Saiu combatido na primeira batalha

Jogou tudo pro alto

Recuou entregando a luta

Acovardou-se em combate

Jogou no mar toda a história

Deixou para trás a princesa, ferida

A princesa que jurou amar por toda a vida

Que mal terei feito a este nobre cavaleiro

Para merecer tamanho desalento

Tanta dor e sofrimento

A sensação é que morro por dentro

Volto a ser mar, volto a ser vento

Quando sair da dor serei ainda mais fria

Por crer novamente no amor e ficar tão vazia

Devagar a vida perde a alegria

Quanta tristeza, quanta decepção

Estou perdida no mar da desilusão

Sem carinho, sem emoção

Quão enorme é a saudade

Sem meu príncipe estou pela metade

Volto a ser mar, vento, tempestade

Na esperança triste que a solidão acabe

Essa dor no fundo do peito

Essa dor que nada dá jeito

Eu ainda espero ver meu príncipe retornar.

Reservo-me o direito

De viver a dor até o fim

De chorar no frio das madrugadas

No silêncio das noites, escuras como meu príncipe

Meu eterno príncipe das sombras

É belo por ser enigmático

É encantador por ser sombrio

Por seu estilo me é complementar

Eu ainda espero ele voltar

Doente, cançada e só

Sofrendo até virar pó,

Até renascer

Como a grande Fênix, das cinzas ressurgirei

Sofrer tanto é meu estilo, é minha lei

No fim de tudo nova estrela eu serei

Restou tristeza, dor e saudade

E a esperança triste

De ver meu épico príncipe

Para os meus braços retornar

Voltar para o lugar

De onde nunca deveria ter partido

Reservo-me enfim o direito

De viver essa morte viva

Até que me leve a alma

Até o fim da minha solidão.

Tai Fênix
Enviado por Tai Fênix em 08/07/2015
Código do texto: T5303567
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