Demônios
Abandono minha alma nestas pálidas linhas
Onde a fronte declina envergonhada
De tantas vidas, sonhos e fantasias,
Que tanto almejou, mas não viveu nada.
Sob as asas dessa noite penosa e fria
Derramo meus fantasmas mais nefastos
De tez rosada assumindo minha covardia
Entrego-me à solidão dos astros
Algemada ao destino pela fraqueza estagnada
Sigo arduamente arrastando essas correntes
Cada vida que não vivi fora transformada
Em medos, remorsos e demônios sorridentes.