Vejam! Me ajudem! Estão morrendo...

A revolta.

A angústia.

Os gritos das crianças que choram com dor.

Os olhos vermelhos de temor, cansados pelo modo e o descaso.

As paredes brancas.

As telas dispersão que transmitem mais doenças. Mais dor. Mais imundices do mundo. O que mundo já não é efeito de morte? Porque ver mais desgraçadas e gritos ecoam pela TV que reluz somente mais perdas.

Os jalecos brancos que andam a falar cansados, desacreditados.

E eu no meio quero ficar surda, muda e cega.

Não quero ouvir o som das lágrimas pingando no chão e não poder fazer nada.

Não quero ver a desistência, os olhos perturbados e os suspiros mortos.

Não suportarei. Não permitirei. Não verei a desistência.

Porque não desistirei.

Algo que pulsa em mim. Algo que nutre.

Que cresce.

Meus olhos enchem de lágrimas, mas meu coração grita ação.

Alguém precisa me ouvir! Alguém precisa me ver! Alguém precisa me ajudar!

As pessoas estão jogadas no chão. Vejo sangue. Pessoas gritando. Ataques.

Dores.

Ninguém aparece.

Ninguém ajuda.

E em meio a tanta dor, alguém espirra.

Saúde, eu digo.

O homem maltrapilho com idade, sorri.

A bondade existe, e se persistirem nela algo vai nascer.

Um sorriso faz prevalecer o amor.

O caos predomina. Por enquanto.

Mas mesmo assim, meu coração tem amor, esperando a bondade ser doada...

Obs: Essa poesia clama esperança por uma saúde melhor no nosso país. Porque mesmo em meio ao caos, tem se a bondade misturada com amor.