Novelo .

O novelo fia minha alma;

Voltando a costurar o tempo!

Se, lá deixei, voltei, por quê, pensei?

De regressos nos abraços afins.

Nas pontas finas deste algodão,

Subo pelos céus nas chamas de Deus!

Ó asas que fiam minha seda,

Sobre o olhar do pado anjo!

Ah, se eu voltasse o novelo?

Eternamente, me bendizia,

Neste credo de fagulhas, estou?

Devanear entre silêncios,

Sobre o corte em prumo cheio,

Eh, se estou confuso, ajusto.

Nas formas caudas, misteriosas!

E agora, resta-me o tempo?

Na fusão do solo, sem meu corpo.

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 23/04/2015
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