Do amor esvaído
Não me atormentem
eu não posso me confessar.
O amor é vão, esvaído
e perpassa meu sofrer...
Papel e lápis: uma mentira,
não houve amor, só eu,
borboletas no estômago,
um sofrer e suas mãos...
Delas... como me esquecerei?
Se acariciavam meu rosto,
meu corpo, meu ódio!
São venenosas, ópio, morrerei!
Não do amor morrido,
mas das lembranças insistentes de ti.
E que sejam horríveis os poemas,
as bocas sujas dos boêmios,
os amassos palpitantes no portão.
Suja, hipócrita, desnecessária poesia!
Fuja! Liberte-me, não a quero,
não a necessito para sofrer mais!
Há mãos nos meus olhos,
olhos nos meus olhos... maltrata!
Qual singeleza, poesia?
És arte?
Não importo com estrofes,
não sei trocadilhos, nem rimas...
Esbofeteia uma verdade em mim...
Vomite minha arte,
pragueja meu ser, és forte?
Em vão escrevo versos de amor...
seu papel me fez chorar, poesia.