Fim
As dúvidas fazem ciranda
Entoam uma cantiga amarga
Com vozes de crianças tristes
Estou no meio da roda, miseranda!
Clemente por um pedaço de chão
Onde eu possa gemer eternamente
O sono fúnebre dos pecadores
Talvez com lágrimas comover a escuridão
Sussurro a mesma ciranda triste
Aquela que sempre se ouve no fim
Meus lábios implorando os teus
Nesse amor que ainda insiste!
A voz ficando cada vez mais fraca
E alma tão rasa, tão desgastada.
E a cantiga esmorecendo
Tristeza vai crescendo...
As palavras flutuam desnorteadas
São tantas! E de tantas cores!
Tantas ditas, tantas inacabadas...
Não formam frases, apenas dançam...
Minha alma se derrama num rio verde
Seguindo a correnteza
Sendo levada com toda destreza
De quem se leva pela paixão!
E as palavras vão afundando
A ciranda vai sumindo
A alma se derramando
E a vida se partindo!