Despedidas
[disse o poeta]
Despedidas.
Oh! Dores do adeus!
Sagradas vozes que emudecem.
Vento ruidoso que não cessa.
Zumbido nos ouvidos da memória,
cantando sorrisos,
versejando abraços.
Abandono...
Por que é tão difícil não ver o abismo?
[disse o amigo do poeta]
Aproveite o buraco do abismo e jogue uma semente.
De repente dali não nasce uma floresta de esperança?
[retomou o poeta a palavra]
Porque o abismo é deserto,
pois a esperança que nele se plantou não floresceu.
Mais precisamente:
floresceu, mas era um florescer falso,
que se esvaiu da noite para o dia,
que morreu sem explicações.