Quarto escuro
Trancado dentro de meus próprios medos,
observo a realidade ser desafiada,
só vejo um terrível quarto escuro,
onde sofre para sempre minha alma!
No céu, constelações de promessas vazias,
emaranhado de esperanças perdidas...
No céu, apenas uma bola de desejos latentes,
Saudades... de memórias nuncas existentes....
Trancafiado dentro do mais puro desespero,
observo a fantasia ser testada,
vejo no chão a fé desfalecida,
Ninguém ouve mais o grito do meu espirito!
No tártaro, demônios me consomem,
Do meu passado, eles adquirem seus nomes.
Nos eliseos, poetas compõem um réquiem
para aquele que os vermes roem.
Enclausurado num eterno quarto escuro,
Apenas observo de longe o vasto mundo,
terra de gigantes e da eterna luz de adamas,
terra onde vejo esvaecer, eternamente,
todas as minhas lembranças...