TODAS AS NOITES

A morte anda pelas ruas todas as noites a procura de uma frágil alma.

A minha nunca esteve tão pronta para enfrentá-la.

Pode ser meu último abraço, meu último beijo, meu último pensamento.

Pode ser a ultima vez que te toco com minhas mãos tão geladas.

E ouço tua ofegante respiração.

Ofereço-te minha vida mortal para amar-te.

Se não for o bastante, e se a eternidade existir,

Oferecer-lhe-ei minha alma para iniciarmos o para sempre.

Mas, não vamos nos preocupar quanto a isso esta noite.

Tudo pode não mais existir quando o dia chegar.

O futuro é tão incerto.

Já estive na guerra uma vez e tive membros decepados.

Ainda sinto a dor do que me foi arrancado.

Desculpe, eu não acredito mais em milagres.

Acho que é por isso que não posso sentir você tão perto.

Mas mesmo com isso minhas mãos estão cortadas por você.

E lutar nunca se tornou tão importante pra mim,

Até saber que existe razões para isso.

Mesmo as mais inúteis, mas são razões que me fazem lutar.

Na negritude da minha mente,

A luz que você acendeu fez minha alma sentir-se salva!

Eu gostei de estar no paraíso, mas ele existiu naquele mundo que explodiu.

No presente,

Meus pensamentos vazios sempre estão cheios do passado.

A morte anda pelas ruas todas as noites a procura de uma frágil alma.

Depois de tudo, a minha alma nunca esteve tão pronta para vencê-la.

Aprendi a ser feliz com minha tristeza.

Pois esta me faz lembrar o quão fui feliz.

O que me faz triste, me fortalece;

E o que me faz feliz, me ilude, cega-me do que é real.

Aprendi que todas as noites

Foram feitas para me fazerem lembrar os dias.

Luto para viver o hoje;

Vivo para lutar pelo amanhã;

O meu tempo é curto.

Mas longo demais enquanto não se esgota.

Morrer parece tão fácil,

Mas pensando melhor

Mereço viver com isso.

Não porque faz sentir-me derrotada,

Mas por que faz sentir-me desafiada a viver.

Todas as noites foram feitas pelo o que fizemos nos dias.

Emanuela V Araújo
Enviado por Emanuela V Araújo em 03/10/2014
Reeditado em 31/10/2017
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