Perdão, Mãe.
Quem eu tanto a
deprecio...
Perdoá-la?... Não sei se
vou.
Se, dáquem inoportuna
hora,
Saiu do ventre que
outrora,
Teu ventre o
desprezou.
O ódio que em mim
aflora,
É de um feto, não de um
filho.
Pois um feto não sente
afeto,
Por quem pariu um
feto,
Sem afeto pelo
filho.
E como apagar do
passado,
Essa nódoa que ainda
vive?
Pois não vejo de outro
jeito
Se, negou-me de seu
peito,
O amor que eu não
tive.
Porém não levo
remorso...
Da vida ou aquém
sou.
Pois de nada adiantaria
agora,
Arruinar o que há lá
fora,
O pouco que sequer
restou.
Por isso vivo de
galho
Em galho tantos que já
tentei.
E, se nada advir, porem
reflito,
Um alívio bradará no
peito:
Tentei! Tentei!
Tentei!