RIOS DE ANGUSTIA

Você já se perguntou quantas pessoas estão morrendo em sua volta?

Não a morte física, mas mortas de esperança,

Quebraram-se tanto, que é impossível restaurar todos os cacos.

Afogam-se em rios de angustias, sem ar, sem poder acreditar,

Cada passo parece cortar um pouco mais,

É como se o vento não fosse de brisa, mas de navalhas que alcançam a alma.

Dos olhos saem as aflições liquida e salgada,

Mas essa fonte parece não se findar,

Assim como a noite que esqueceu de ir embora.

Esperava-se só um abraço envolto em amor,

Um beijo apaixonado, um sorriso sem cobranças,

Mas recebeu enganos, ilusões que desmancharam como areia nas ondas do mar.

Ah se fosse possível fechar os olhos e dormir,

E acordar percebendo que tudo não passou de um pesadelo,

Mas a cada despertar parece que o mar se tornou mais revolto.

Onde está o cais que vou ancorar na paz?

Onde está a mão que vai me segurar antes que eu caia de novo?

Onde está o dia que parece não querer clarear?

Paz, doce paz, porque não me encontras novamente?

Seriam todos meus erros imperdoáveis?

Só quero um recomeço, uma nova chance para tentar ser feliz...

Você já se perguntou quantas pessoas estão morrendo em sua volta?

Sim, a cada dia morro mais, sem saber como respirar e não sentir a dor,

Quebrei-me tanto, que não sei se poderei restaurar o que sobrou.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 04/08/2014
Código do texto: T4909841
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