Almejado Sacrifício

Acariciado por uma pele fria,

Dominando os dias sem prever

O martírio que a morte conduzia

Um corpo firme, meu primeiro sofrer

Ao tempo em que sua carne derretia

O olhar da noite me espreita perdição

Uma poça de desespero me prendia

Ao afogar tristeza, sem restrição

Ao soar o calor de uma fogueira

O sol não visitara mais minha fraqueza

Ao estampar meus olhos uma cegueira

Não via luz atravessada, nem frutos da colheita

Alma desnutrida de paz e amor

A carne já sumira em fragmentos de dor

O dia havia cessado há anos atrás

Exalando trevas, cobertas de esplendor

Um vazio eterno e corrosivo

Desprende a face da lua em convívio

Nem mais a noite se tornava visível

De uma eterna cegueira, almejando o sacrifício...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 22/06/2014
Código do texto: T4854780
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