Almejado Sacrifício
Acariciado por uma pele fria,
Dominando os dias sem prever
O martírio que a morte conduzia
Um corpo firme, meu primeiro sofrer
Ao tempo em que sua carne derretia
O olhar da noite me espreita perdição
Uma poça de desespero me prendia
Ao afogar tristeza, sem restrição
Ao soar o calor de uma fogueira
O sol não visitara mais minha fraqueza
Ao estampar meus olhos uma cegueira
Não via luz atravessada, nem frutos da colheita
Alma desnutrida de paz e amor
A carne já sumira em fragmentos de dor
O dia havia cessado há anos atrás
Exalando trevas, cobertas de esplendor
Um vazio eterno e corrosivo
Desprende a face da lua em convívio
Nem mais a noite se tornava visível
De uma eterna cegueira, almejando o sacrifício...