Melancolia
Amáveis palavras
queimando e virando cinzas
e migrando para a memória
Lembranças, lembranças
e reticências comprometedoras
das palavras escritas em olhares
recitadas em suspiros
como podemos ancorar no cais?
se há a imensidão
dos oceanos.
se há o alumbramento.
Como podemos nos perder?
se não somos eternos,
se somos tão
somente aprendizes...
se estamos
buscando e buscando
um gancho,um afeto e
um carinho.
Humanizável instantâneo.
Buscamos a palavra
na boca alheia.
O significado próximo e tangente.
Buscamos a fala do outro.
O personagem do outro.
O outro ser, noutro ser.
Buscamos decifrar.
Entender.
Compreender.
Dominar, deglutir e capturar.
Como podemos nos achar?
No emaranhado confuso dos mapas.
Das pernas.
Nos esquemas infalíveis
de quase tudo.
Descartados no segundo grau de
nossas vidas.
Nessa bússola
onde o imã trai nossa
direção.
Nossos passos esbarram
na reta óbvia
e na pedra fundamental
fincada bem
no meio do rio.
Passaram tantas águas.
Tantos peixes...
E tanto destino.
Em forma de ondas concêntricas.
Sorvidas pelo improvável.
Amáveis gestos
numa pantomima eloquente
de corpos que crescem
e perdem a ternura.
No cerzir das emoções finais
sobram fonemas,
laivos e tanta melancolia.
Peço-lhe misericórdia.
E, me rendo finalmente
com a piedade grotesca
de quem não pode odiar.
Amáveis palavras
queimando e virando cinzas
e migrando para a memória
Lembranças, lembranças
e reticências comprometedoras
das palavras escritas em olhares
recitadas em suspiros
como podemos ancorar no cais?
se há a imensidão
dos oceanos.
se há o alumbramento.
Como podemos nos perder?
se não somos eternos,
se somos tão
somente aprendizes...
se estamos
buscando e buscando
um gancho,um afeto e
um carinho.
Humanizável instantâneo.
Buscamos a palavra
na boca alheia.
O significado próximo e tangente.
Buscamos a fala do outro.
O personagem do outro.
O outro ser, noutro ser.
Buscamos decifrar.
Entender.
Compreender.
Dominar, deglutir e capturar.
Como podemos nos achar?
No emaranhado confuso dos mapas.
Das pernas.
Nos esquemas infalíveis
de quase tudo.
Descartados no segundo grau de
nossas vidas.
Nessa bússola
onde o imã trai nossa
direção.
Nossos passos esbarram
na reta óbvia
e na pedra fundamental
fincada bem
no meio do rio.
Passaram tantas águas.
Tantos peixes...
E tanto destino.
Em forma de ondas concêntricas.
Sorvidas pelo improvável.
Amáveis gestos
numa pantomima eloquente
de corpos que crescem
e perdem a ternura.
No cerzir das emoções finais
sobram fonemas,
laivos e tanta melancolia.
Peço-lhe misericórdia.
E, me rendo finalmente
com a piedade grotesca
de quem não pode odiar.