Assassino de sonhos
Roubaram meu sorriso,
meio sorriso...
na face ainda
semi aberta!
Retiraram asas,
luzes da juventude,
invadiram meu ego,
minha crença, meu não!
Calaram minha surda voz,
enfeitiçaram com mentira,
estou baixa, esto triste
e o pior ainda está por vir...
Descobri um poema fatídico,
que a mente insiste em repetir,
como disse Ortiz em seus versos:
"a vida já é a melhor cocaína."
Bebidas as palavras de outrem,
luto só num falso sorriso...
A borboleta da felicidade
ainda metamorfoseia dentro de mim!
Assassinaram meus versos,
meus livros de amor,
ouço, vejo, escuto, choro guerra,
se a dor de viver não morre,
em meio a Back, Beethoven, Chopin!
Acreditei numa fantasia,
em que mãos faziam o progresso,
que poesia era este belo,
fruto da árvore que nem nasceu!
Tenho no coração, flagelo,
arrancaram minha inocência,
tenho a boca suja,
olhos secos, vazios, perdidos...
Calo, mas o pensamento, não!
Ao dormir, canto melodias,
invoco fadas, deuses, paixões...
o viver sangra, o sonhar não!