Um Soneto
No quarto, na penumbra,
Teu rosto se me afigura
Como um eco derradeiro
De um remoto e perdido passado.
Há trevas em tudo o que vejo
E no meu peito, um chamado.
Ao longe, ouve-se um choro.
Sou eu quem pranteio?
Persigo os fantasmas dos meus sonhos,
Mortos ou apenas adormecidos?
Não há o que me traga vida
Na entendiante e mórbida rotina,
Somente tua lembrança
É o que me traz alguma alegria.