SILÊNCIO INCONTIDO
Às vezes desejo o silêncio tocando minha alma
O silêncio das gotas de orvalho caindo sobre a relva
Do vento de encontro às folhas secas soltas ao vento
Do silêncio que invade e envolve o túmulo dos vivos
O silêncio que afaga e germina no que me é inconcebível
O silêncio preso em nossos mais secretos humanos instintos
Que desmistifica e desnuda o que está contido no óbvio
O silêncio que se infiltra nas sendas de nossas angústias
Que se agiganta em nossas inefáveis e minuciosas incertezas
Que navega na circularidade de nossos indeléveis pensamentos
O silêncio que brota na catarse de tantas divagações interiores
Às vezes desejo o silêncio tocando minha alma
O silêncio que transpassa como flecha nossa vã “Statusfera”
Nossas mais imbecis insensíveis e umbráticas certezas
O silêncio do prelúdio de tudo que precede nosso amanhã
Que transpira o mais factual sentido em nós por nós contido
Esse silêncio resiliente contido no ontem hoje e amanhã
O silêncio transeunte em meio aos caminhos sem destinos
Às vezes desejo o silêncio tocando minha alma
O silêncio que me faz enxergar claramente o mais invisível em ti
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