Noir
olhos de um crime
fumando os restos de uma vida
em todas as esquinas do inferno
uma rua tem muitas almas
e em meio a tanto lixo
vejo uma gota de vida
miando loucuras na cama redonda de uma tempestade
de beijos amargos
temperados por fantasias
que depois de um novo sol triste
mostrou o rosto nojento da realidade
e assim a tempestade
bateu forte na porta deste apartamento barato
noite quente
bebendo copos e copos de agua suada
não quero acordar
mas o sono não vem
sujeira
tiros de uma 12
mais um corpo transformado em numeros
mas a tv não quer saber quem foi a nova vitima
e assim tento andar por este mundo
visto minha nova velha roupa de couro
e vou respirar este ar comprado por notas de um dolar furado
e vejo com olhos de vidro escuro
as fitas amarelas
dando um ponto final
na vida de um porco pobre humano.