Basta!

Não quero ficar entre os cantos,

Chorar baixinho, emudecer prantos

Quero viver melhor, buscar a felicidade, juro,

Passaria dias buscando a verdade

Se é que dizes que a vida continua,

Não serei mais tua, procuras outra para julgar

Vai ver que aches outra vadia,

Uma má companhia, uma dona para teu lar

Se ao longo da vida pus pétalas de rosas

Para teu caminho trilhar

Hoje impermeabilizas de emoção

Aquilo que chamei de obra-prima

Ai Deus, perdoa a ingenuidade, eu tão menina, ele tão covarde

Acho que nesse asfalto que pisas o que levas da vida

São os paralelepípedos a balançar

E se desse projeto de vida sair algo, que seja flor no asfalto

Que de lágrimas de dor foi regada,

Com amor já fora cultivada

E hoje frutos nunca se deu trabalho de nos dar

Hoje não quero saber de mágoas, aliás, vê se me apagas

Dessa tua agenda que tanto falas,

Das tuas frugalidades que não abatam, da tua alma

Quero que um dia só, possas olhar bem fundo,

Nesse jarro que sou de amor

Nessa erva daninha que lá do fundo,

Tirarás já tarde, do nosso lindo pomar

Se dos joios colhi ingratidão, hoje peno na tua mão

Sou maria tempestade

Sem tempo pra chover, sem vento para soprar

Vai, pisoteia de novo, fala a todo povo, o quanto já te fiz passar

E se for me procurar que faça bem-feito

Não foste me buscar em qualquer parapeito

Sou ainda a mesma menina que o lobo soube enganar

E estarei eu com o mesmo vestido de renda,

Mas agora pagando uma prenda

Inclinada na ponte, pênsil da vida, numa varanda

Pois de engenheira ignorante, estradas não soube impermeabilizar

Gabriel Amorim 17/11/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 18/11/2013
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