Frieza de baro podre
Uma quimera louca, empedernida,
Vaga pelas vagas que deixamos no peito.
Faz rodopio com seu automóvel,
Atravessa sinais de todas as cores,
Buzina perto de hospitais,
Canta sertanejo univesrsitário,
Ao berros, ninguém dorme;
Dança funk e afins, tá nem aí;
Assiste ao Faustão, Gugu...
Conta piadas sujas perto das crianças,
Rouba a consciência do povo,
Vê todas as novelas alienantes
Para aprrender como ser uma desgraça
Sem sair de casa;
Ainda por cima, dá aulas
Em universidades públicas,
Em escolas estaduais e seus ais;
Passa em todo concurso que faz.
Vez em quando se candidata;
Claro que ganha, é eleito; é o jeito...
Ninguém mais quer esse lugar.
A quimera deita e rola,
Enquanto o povo deita na rola.
Mas rola e rola é só diferencial de timbre;
Tem nem assento direito;
Ela se espregiça de tão à vontade.
O povo fica olhando, sem saber de nada.
Mas a quimera é ele mesmo;
Vive e desvive assim, a esmo;
Tão simples que, não dorme sem rezar
E nunca come sem torresmo.