Dirceu e o corvo

Adélia estava em seu quarto

Olhos marejados, coração palpitando

As emoções passando de novo, e de novo

O velho corvo adentrara pela janela

O Sol raiava triste, mas sentinela

“Quem maltrataria tal donzela?”

Adélia moça criada, por vezes até malcriada

Por todos os rapazes foi um dia desejada

A menina na janela, os meninos desolados

O destino previa, o coração de Adélia ardia

A escolha da menina foi longa

A lista de presentes, para ela só crescia

Adélia alimentava todos, todos o ego de Adélia moviam

Luxúria, preguiça, cobiça, ira

Os pecados capitais na inocência de uma mulher

No final o amado escolhido, e vários rapazes doídos

O coração de pedra por enxurrada amoleceu

Adélia se apaixonara por um pobre chamado Dirceu

Às vezes o amor é brincalhão

Faz madame luxuosa, se apaixonar por fanfarrão

Dirceu pouco ligava para os cortejos da menina

A ocitocina rolava na presenta do gavião

Pobre águia ousada, escolhera demais

Acabara por lamentar a escolha por tanto almejada

De se apaixonar por tal rapaz

Hoje a vemos deitada, perdida, consumida

Quem manda no pobre coração de menina

Os sentimentos foram mais fortes

Uniram Adélia a um rapaz pobre

Hoje mulher, a menina pensa, chora e consente

Dirceu continua o mesmo gavião

Usando de suas afiadas garras

Para dilacerar outro pobre coração

Deixou Adélia, a ousada

De olhos marejados e coração engaiolado

Pobre águia luxuosa

Quando voa longe, cai ao chão

Sonhos em pedaços, luxo do coração

A mais bela companhia era o corvo

Que delicadamente a afagava

Dirceu era seu nome, ser gavião ele sonhara

Gabriel Amorim 02/12/2012

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Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 07/10/2013
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