AMARGO PRANTO.
Estou aqui chorando amargo pranto,
Mestre o que eu fiz não tem perdão,
Deixando que julgassem um homem santo,
Na corte condenaram-no sem apelação.
E eu que por tantas vezes em exaltação,
Jurei por minha vida nunca eu negaria,
Fracassei não soube conter meu coração,
Ao presenciar tais cenas àquele dia.
Ao ver o mestre os infames o zombando,
Por covardia argumentei em sua defesa,
Veio-me remorsos e o peso me esmagando,
Por meus escusos em partilhar sua tristeza.
Pesado sono que veio lembro-me agora,
Gotas de sangue seu suor se transformou,
A grande angústia o envolveu àquela hora,
Dilacerando seu coração rasgado em dor.
Na me contive com esse tão duro coração,
Ao perceber que seu olhar me penetrou,
Horas de angústias tomou-me dali então,
Corri pra longe pra mitigar a minha dor.
Seu terno olhar condenou-me a presunção,
Pude sentir como se fosse uma ferina lança,
Que perfuraria um santo e meigo coração,
Que veio ao mundo pra dar-nos esperanças.
Aqui tão só choro o peso de minha culpa,
Em pranto imploro por obter o seu perdão,
Pelo que fiz hoje aprendi não tem descupas,
Mas foi só assim que conheci meu coração.
Cosme B Araujo.
01/10/2013.