INFÂNCIA PERDIDA

Que vida mais cruel e amarga

que tirou as pessoas que eu amava.

Muitos a distancia nos separou

e muitos a morte levou.

Um anjo sombrio me rondava

e eu nem percebi.

Abandonei as bonecas...

Os laços de fita.....

As canções de ninar....

Os sonhos de menina.

Conheci muito cedo o ódio e a ambição

do ser humano.

Me roubaram a inocência

e na infância perdida eu caí.

Quando eu olho no espelho não me reconheço

e as vezes confesso.....

Não gosto do que vejo.

Eu não sou assim fria e vazia

e nem quero ser.

Meu corpo arde de tantas surras

da vida levar.

Olhe para baixo meu Deus!

Faça a justiça chegar.

Eu o vi partir mas não pude me despedir.

Só me resta o vazio que insiste em permanecer aqui.

As calunias e mentiras me consomem as poucos

me sufocando nesse frio.

Ninguém acredita em mim.

Minha verdade para o homem eu não posso provar

mas em Deus eu posso acreditar.

Sozinha nessa cidade escura não posso ter o sossego esperado,

porque minhas noites são agitadas.

Tento me defender mas não há ninguém do meu lado.

Já está amanhecendo.

Lá vem o sol no horizonte,

trazendo mais um dia de esperança.

Entre as rosas brancas há uma linda borboleta

que me vê chorar em meu sonho de criança.

"Texto inspirado em crianças e adolescentes que tiveram os seus sonhos roubados."

Ingrid Lee
Enviado por Ingrid Lee em 10/09/2013
Código do texto: T4475916
Classificação de conteúdo: seguro