INFÂNCIA PERDIDA
Que vida mais cruel e amarga
que tirou as pessoas que eu amava.
Muitos a distancia nos separou
e muitos a morte levou.
Um anjo sombrio me rondava
e eu nem percebi.
Abandonei as bonecas...
Os laços de fita.....
As canções de ninar....
Os sonhos de menina.
Conheci muito cedo o ódio e a ambição
do ser humano.
Me roubaram a inocência
e na infância perdida eu caí.
Quando eu olho no espelho não me reconheço
e as vezes confesso.....
Não gosto do que vejo.
Eu não sou assim fria e vazia
e nem quero ser.
Meu corpo arde de tantas surras
da vida levar.
Olhe para baixo meu Deus!
Faça a justiça chegar.
Eu o vi partir mas não pude me despedir.
Só me resta o vazio que insiste em permanecer aqui.
As calunias e mentiras me consomem as poucos
me sufocando nesse frio.
Ninguém acredita em mim.
Minha verdade para o homem eu não posso provar
mas em Deus eu posso acreditar.
Sozinha nessa cidade escura não posso ter o sossego esperado,
porque minhas noites são agitadas.
Tento me defender mas não há ninguém do meu lado.
Já está amanhecendo.
Lá vem o sol no horizonte,
trazendo mais um dia de esperança.
Entre as rosas brancas há uma linda borboleta
que me vê chorar em meu sonho de criança.
"Texto inspirado em crianças e adolescentes que tiveram os seus sonhos roubados."