Quando tu viestes aqui
Quando tu viestes aqui
pensei ter visto a melhor das criaturas.
Porém tua face amarga
logo me mostrou não se tratar
de uma imagem serena,
mas de um rosto
cujo dissabor me fez ranger os dentes
diante de tal sombria lembrança.
O bater de tuas pálpebras
soava estridente e refletia
a mais medonha das imagens,
o pesadelo vivido
na macabra escuridão
dentre as lanternas forasteiras,
tu, sanguinário foragido.
Por debaixo das entranhas,
a descoberta de uma relíquia
memória dos anos remotos.
Suspirei ao deglutir o último
de teus devaneios.
A gritante passagem
do luto descrito e nauseante
ao paraíso suplicante e desgrenhado.
Tu estavas radiante,
diante de meus olhos
Pude crer no milagre superior.