JUSTIÇA AO PÉ DO MORRO

Detido ao pé do morro

A critério da PM

Sumariamente julgado

Ali mesmo condenado

Foi levado para a prisão.

O inocente coitado

Sem culpa no descalabro

Viu a vida revirada

De ponta-cabeça no chão.

Isolado e sem defesa

Lembrava-se da nega Tereza

Em casa sem mantimento

Para alimentar o rebento

Que há pouco vira nascer.

Mofando no indefinido

Não viu seu castigo cumprido

Porque num sonho de louco

Flutuava com leveza

Nas nuvens com a Tereza

Enrolado num lençol.

Mas a realidade do sonho

Fez-se ao nascer do sol.

Não suportando a tristeza

O lençol virou tereza

E num pulo sem destreza

Da morte, atravessou o umbral.

José Mattos

ZEMATTOS
Enviado por ZEMATTOS em 02/09/2013
Código do texto: T4463187
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