Anjo da morte

Talvez um dia você entenda,

Eu já nasci morta

E quem nasce com data de validade

Está fadado a não durar.

Não sei como afastar certos demônios

Devo estar tentando os rituais errados

Usando um livro atrasado

Ou lutando contra o impossível.

Eu sei é que certas coisas ainda me atormentam,

O tempo todo

Sempre,

Em cada oportunidade singela.

O vento mais frio da madrugada que entra

Pela fresta da única janela que você

Se esqueceu de fechar

Esse vento corta

Perfura

Corta fundo

E sangra.

Cada passo seu me faz sangrar

E já tenho um mapa de pegadas que percorre a cidade inteira.

Meu mapa vermelho não leva a lugar algum,

Mas tem as paradas mais dolorosas que eu poderia imaginar

Sou chutada do táxi nos lugares mais indesejáveis

E amarrada em frente a um telão

E “videio” cenas de ultraviolência amarrada firmemente ao passado.

A dor reside na minha incapacidade de seguir em frente e deixar pra trás.

E quem traz a dor?

Ah, você.

Meu anjo da morte.

Nana Calorina
Enviado por Nana Calorina em 28/08/2013
Código do texto: T4456079
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.