CÉU AZUL, OLHOS TRISTES.

CEU AZUL, OLHOS TRISTES.

O azul do céu naqueles olhos

Era só uma reflexão da cor.

Se fosse o contrario

O céu estaria cinzento.

A tristeza daqueles olhos

Refletia o estado da alma.

- Porque triste menina?

A boca não me contava o motivo,

Mas a expressão do olhar

Me contava a razão.

Mas eu na minha insensibilidade,

Não decifrava aquele código.

Fiquei a imaginar se,

Em meus dias melancólicos

Eu também emitia aquele olhar,

Aquela tristeza que chamou minha atenção.

Como ajudar,

Como penetrar naquele bloqueio,

Como derrubar aqueles tijolos acinzentados?

Minha impotência era tamanha

Que eu sentia a vibração baixa

A contaminar e acercar-se de mim.

Uma oração de bem estar

Foi a arma encontrada,

Foi a única munição

Da qual eu dispunha.

Clamei que aquela criatura

Soltasse um som,

Para eu poder identificar,

Ou uma brecha naquela alma

Para que os olhos pudessem

Ser a vitrine da oração recebida.

Fiquei a espera de algo

Surpreendente, extraordinário

Pudesse acontecer naquele instante.

O azul intenso do céu,

Digladiava com o intenso daqueles olhos.

Eu ficava entre a beleza do céu

E o abismo daquele olhar.

Céu azul

Olhos tristes.

O profundo da alma

Com a leveza celeste.

Alma, alma

Que me desalma,

Que me intriga

E comigo briga

Pra continuar assim.

Di Camargo, 08/08/2013

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 08/08/2013
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