ALMA BANDIDA

Não se comove diante das adversidades.

Vendo misérias parece até sorrir,

Pois se alimenta das desgraças,

E quando acontecem, se rejubila.

Nos padecimentos passa ao largo,

E se vê uma criança chorando,

Quem sabe por falta de nutrientes,

Não é capaz de se comover.

Se um velhinho arcado em anos,

Precisa de ajuda ao se locomover,

Ainda sorri fazendo deboches,

Julgando que jamais será igual.

Rejubila-se com as guerras,

E torce para que hajam vítimas,

Não importa se mães e seus filhinhos,

E até os jovens que se martirizam.

Se vê misérias nas periferias,

Onde nas favelas muitos padecem,

Julga seus moradores seres inferiores,

Que a própria sociedade os ignoram.

Alma bandida que se recolhe,

Já nos estertores do sofrimento,

E que sofreu a punição que até buscou,

Pelas suas ambições materiais.

08-07-2013