As esquinas ainda são de solidão
Novamente pelas ruas pedras,
Ruas que se encontram com antigas janelas,
Falsa esperança que a cada quarteirão haverá um portão,
Que permitirá um novo caminho, longe da solidão.
Poças de águas se formam da chuva que caiu,
Minha alma se molha pela tristeza que jorra como rio,
Luzes de festa, pessoas que sorriem,
Mas onde está a esperança?
Lembro que antes as esquinas eram de solidão,
Lembro-me que havia uma velha esperança,
Hoje as esquinas ainda são de solidão,
E a velha esperança ainda habita o coração.
O Vento sopra frio, caminho contra o vento,
Porque já segui a favor dele, mas nada obtive,
Parecia obvio que não importava em que direção soprava,
Se todas as esquinas eram de solidão.
Com o olhar perdido entre as estrelas
E o brilho da lua que refletia nas poças d'águas,
Não havia respostas, janelas ou portões
Que me fizessem acreditar que um dia acabariam as esquinas da solidão.