AS BORBOLETAS (reedição)

Acendi um fininho bem enrolado;

Sentei-me naquelas úmidas pedras,

Lembrei-me do meu breve passado,

Das minhas vitórias e das quedas...

Na minha tosca parcela de maldades

De todo jovem com projetos sonhadores,

Chegou ao limite destes seres voadores...,

Mas, entristeci capturar estas beldades!

Sou um colecionador, sou o erro da paz!

Sou um predador, o que leva e nunca traz!

Não tenho ninguém neste momento,

Compartilho apenas o sofrimento,

Após matar tão lindas borboletas,

Nesta manhã de ato muito covarde.

Agora eu as contemplo obsoletas,

Sem poder trazer-lhes a vida,

Uma criatura tão querida,

Pois já é muito tarde...

Em casa eu vou alfinetá-las estáticas, num isopor,

Para a minha alegria junto a beleza deste horror!

Joinville, 30/11/1990.

Setedados
Enviado por Setedados em 26/05/2013
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T4310179
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