Carne Seca
Meu corpo já não sangra
Após tantos cortes profundos
E a cada navalhada
Minha carne jorra a própria alma
Como hóstia, imersa em cálice transbordante, aos pecadores
Obediente como Isaac
Oferto meu sacrifício
Mas sem compaixão ou ressurreição
Entrego-me às lamentações floridas
E à certeza do inevitável