VELHICE
Porque me atinges, tirando minha vitalidade?
Meus passos trôpegos são lentos, indecisos
E ao menor descuido, tombo meu corpo fraco,
Frágil, sem compostura, sofrendo até chacotas.
Fui ousado, tive meus rompantes, fui alegre,
Desperto para a vida onde me suplantei,
Diante de um corpo jovem sem ranhuras,
E o meu rosto era cheio de vitalidades.
Amei com a energia que meu coração pedia,
E as adrenalinas corriam fortes em meu sangue,
Tendo até cumplicidades com a lua confidente,
E meu amor compartilhava dessas interações.
Via a natureza com meus olhos até umedecidos,
Contemplando o lindo entardecer do sol sereno,
Aguardando a noite com seu manto de estrelas,
E na aurora ficava extasiado no despertar do dia.
Os anos passando num ciclo que respeito,
Foram deteriorando minhas energias fortes,
Que agora sinto não tenho mais forças,
E as rugas no meu rosto são as testemunhas.
A velhice aos poucos vai se apoderando de mim,
Tirando minhas vitalidades que tinha em profusão,
E a maior das tristezas que suporto com muita dor,
É a exclusão que sofro dos que deveriam me amar.
27-04-2013