SEM PALAVRAS
Há dias em que não tenho vontade...
De dizer absolutamente nada.
As palavras, outrora tão abundantes...
Escorrem-me garganta adentro, esôfago abaixo...
E são engolidas indigestamente.
Eu deveria cuspi-las, não engoli-las.
Se não estás aqui, como posso viver?
Eu, que nunca conheci alegria semelhante...
Tu, que libertas meu coração em teus braços.
Como posso viver longe de ti?
Queria que estivesses aqui...
Comungar dessa perda...
Dividir as lágrimas...
Reunir as esperanças...
De outra concepção...
De outra gestação...
De outra...
É tão tarde...
Chove...
Frio...