Uma folha nua...

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Sobre a mesa, ela.
A fitar-me, silente e instigante.
Sobre mim, a pesar, antigo tormento.
Assim permanecemos, frente a frente,
 A nos dizer, nada.
A sentir, tudo.
O desconforto da mudez,
A rigidez do pensar,
A profundeza do vazio,
O torpor do sofrer e,
O pulsar da dúvida, onde  foi?
Onde foi que nos perdemos?

Tu te afastes de mim,
As palavras... o mesmo fim.
Mas, ela, aquela dita folha,
Já quase amarela,
Continuava ali, diante dos meus olhos,
Afrontando-me com sua nudez,
E eu, incapaz de um único verso,
Na aridez de um deserto poético,
Absorta... infeliz. 

Ah, por que insistes olhar-me
Com este ar inquiridor,
Acaso debochas da minha dor,
E te pões a agredir-me
Com este silêncio provocador?
 Percebes que não calo por opção, 
 Que a languidez de teu corpo,
A oferecer-te sem pudor,
Deixa-me embasbacada,
Sem jeito, sem verbo, sem ação...

Oh cruel dissabor!
Tenho papel, tenho tinta... falta-me apenas inspiração!
Creio perderam-se as palavras nos caminhos do  desamor...





 


 
Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 31/03/2013
Reeditado em 01/04/2013
Código do texto: T4217296
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