O palhaço dança valsa
Conta-se aos dedos os aplausos e sorrisos.
O tempo que passa em tua janela
É de outrora, e não o do circo.
Saudades da multidão vêm em mil,
Memórias perdidas nas estradas do Brasil.
Hoje cinco, amanhã três! E depois?
Sorrir, porque tem que sorrir!
Alegrar, porque tem que alegrar!
Mas até quando, me diz
Como vai ser quando houver só nós dois?
A maquiagem esconde, disfarça
O que o coração pede pra mostrar
Cachoeiras transbordam, inundam sem parar.
Não tem mais aquele pique,
Acabou as folias, os embalos.
Foi embora os dançarinos, os músicos
E hoje, o único ritmo que ele escuta
É o triste som de uma valsa.