Frieza de barro

Quando a pedra era barro

Tinha uma árvore no peito.

Agora foi removida, moída;

Está no coração dos edifícios.

Tem um brilho sinistro,

Olhar vitrificado,

Medo de pobre, de gente estranha;

Tem guardas nos portais,

Tocas para cavalos de lata;

Nem parece aquela antiga terra

Amiga dos andarilhos

E dos heróis picarescos;

Agora é como gente rica;

Não gosta de nada preto.

Ridica tudo o que há,

Depois cai em terremotos

Com as coisas ridicadas e tudo;

Reveladas em suntuosos velórios.

Até os seus choros são pagos

Por falta de sentimento.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 05/03/2013
Reeditado em 05/03/2013
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