Maldição de Poeta
Que tenho eu contigo
Humanidade?
Natureza, humana...
Porque não me fizeste
Como todos?
Agora não gosto de música
Sertaneja, Big Brother, novelas;
Leio bons autores,
Não traio meus amigos,
Escolho o que canto,
Toco violão com carinho de pai,
Escrevo com a alma e,
Às vezes, até nas paredes dela,
Cravo a navalha da poesia.
Tiro do meu espírito a força
Que emprego na minha arte,
E ele sangra...
Desejo apenas a arte e o pão;
Quero tão pouco;
Estou empenhado em dar
A vida por isso,
E às vezes nem isso eu tenho.
Nem a arte, que parece
Ser o pão dos malditos.
Mesmo o santo pão de cada dia
Às vezes fica quase a minguar.