Minha Dor
Minha dor
Que importa o ontem
Que importa todas as coisas que permaneceram lá atrás.
Que importa as pedras ao longo do caminho.
Se os riachos estão secos e a relva ávida de sede.
Se o sol queima-me o dorso em minha jornada.
Que importa meus lamentos!
Se sedento fico pelos teus carinhos que se perderam ao vento.
Se teus passos permaneceram para sempre em minha colina.
Lembranças lavradas por mãos insólitas.
Que importa o ontem!
Se o hoje é tão tolo e frio sem teu riso, sem teu calor.
Se ao longo do horizonte me parece mais distante ainda o teu amor que partiu.
Pedaços jogados as ribanceiras da minha consciência vã.
Que importa se o caminho é árduo, se a rosa tem seus espinhos.
Descaminhos, quem importa.
Toda nudez morta.
Se a lua é nua.
Se a virtuosidade sangra.
Se a alma é negra como noite escura.
Portas entreabertas.
Laços de ilusão.
Que importa o ontem.
Toda mansidão de espírito!
A leveza da flor.
Os pássaros ao céu em seu esplendor.
Palavras sem cor.
Passos em conflitos.
Deuses e mitos.
Diferente ausente torna-se a vida sem seu amor.
Mas, quem se importa com minha dor!
Vida em forma de flor.
Amantino Silva 08/10/2011