FECHE OS OLHOS.
Quando for deitar para dormir,
Feche os olhos, sem resistência,
Murche silente, na paciência,
E deixa a paz ofertada te consumir.
Quando sua vida deixar de existir,
Cessará essa amarga penitência,
Deste corpo de tamanha ausência
De alegria serena que me fazia sorrir.
Apenas feche os olhos ao mundo,
Adentre no plano do sono profundo,
Enquanto te lavo com lágrimas de vinagre.
Te vestirei de centenas de lírios e rosas,
Beijando suas mãos frágeis, carinhosas,
Ansiando que abra os olhos na esfera do milagre.